Os mais crédulos responsabilizariam leis religiosas de todas as espécies, os mais incrédulos atribuiriam às leis naturais, mas nós os profissionais de aviação temos que respeitar normas e princípios técnicos, para poder pesquisar e analisar os fatos, os indícios e provas e ao fim tirarmos conclusões que possam realmente, explicar tais eventos.
O acidente deste 4ª feira - 28-07-2010, nas primeiras horas do dia, envolvendo uma aeronave AIRBUS 321, de uma empresa paquistanesa, já mostra algumas evidências:
- Condições Meteorológicas adversas.
2. CONTROLLED FLIGHT INTO TERRAIN - C F I T
Ao que nos parece e analisando em um primeiro momento, as filmagens televisivas disponíveis que mostram "uma clareira em chamas" na encosta de uma elevação e, as poucas imagens dos destroços da aeronave, em partes pequenas, a localização do Aeroporto (sudeste da cidade), o local do acidente em relação ao aeroporto (entre 07 e 9 Milhas Náuticas, em relação à cabeceira 12) nos leva a crer que a aeronave pudesse estar na execução de um procedimento de descida, por Instrumentos ou Orientação por Radar (ainda não foi informado qual era o tipo de procedimento utilizado nem qual era a pista em uso), voando é claro, a baixas altitudes "em decorrência da própria aproximação", podendo ter colidido com os obstáculos no solo, em vôo controlado, mas sofrendo as consequências das intempéries do mau tempo (TCU´s, CB´s, ventos fortes e também possível turbulência).
3. Não descartamos aqui a POSSÍVEL PANE MECÂNICA DA AERONAVE, que apesar de moderna e sofisticada - 1º vôo realizado em 1987 -, pode ter sofrido alguma espécie de pane, principalmente com os equipamentos eletrônicos, pois eles são predominantes nesses tipos de aeronaves, o que teria levado à fatalidade.
4. Também é possível um ERRO DA TRIPULAÇÃO, apesar de que, toda empresa aérea no mundo, é exigida com veemência, pelas autoridades aeronáuticas, no que se refere aos treinamentos, doutrinas operacionais, etc. Existe também o erro de CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO, através de uma instrução incorreta ou equivocada por parte dos Controladores daquele local. Com relação a este último tipo de possibilidade sempre é bom reiterar que nos Órgãos ATS, existe um número considerável de profissionais ATC e que a possibilidade de erro sempre é bem menor (mas não impossível), pois a atenção de todos SEMPRE ESTÁ VOLTADA PARA TODAS A AERONAVES, assim como, para os próprios controladores e as instruções que são emitidas, este fato minimiza em muito a possibilidade de erro.
Enfim, devemos agora aguardar os resultados das observações, análises períciais e conclusões, que trarão muitos outros fatos que agora não são do nosso conhecimento.