PROCEDIMENTOS ESPECIAIS PARA AEROPORTOS DE GRANDE MOVIMENTO
Uma grande preocupação das autoridades aeroportuárias (inclusive também no Brasil para os próximos eventos da Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas) com aqueles Aeroportos com grande carga de movimento (no solo e durante a fase final das aproximações) no mundo todo, tem sido a questão do como conciliar e absorver essa carga, observando e mantendo a qualidade dos serviços prestados e os requisitos de segurança. Em alguns aeroportos nos Estados Unidos e na Europa, já existem procedimentos desenvolvidos, que tentam resolver esta questão.
LAHSO, SOIR, HIALS, HIAP, PBN, DALP, PRM e outras siglas simbolizam essas tentativas.
Vamos apresentar periodicamente no nosso blog, alguns desses procedimentos para a apreciação e discussão de todos os interessados nos assuntos de tráfego aéreo e de aviação em geral.
Comecemos então por:
Land and Hold Short Operations (ou LAHSO , pronuncia-se "La-Sou") é um termo aeronáutico para operações que envolvem pouso curto de aeronaves com parada antes da interseção com outra pista, taxiway ou algum outro ponto designado na pista de pouso.
O nome desta categoria de procedimentos previamente era SOIR (operações simultâneas em pistas “cruzadas”), e agora o LAHSO incorpora e amplia todas as definições SOIR.
LAHSO é um procedimento de controle de tráfego aéreo que exige a participação do piloto para equilibrar as necessidades de aumento da capacidade do aeroporto, eficiência do sistema, e a compatibilidade com a segurança, pois envolve o ATS, as autoridades do aeroporto e a capacidade da tripulação durante a operação das aeronaves no pouso curto.
Nos aeroportos Americanos (USA), esse tipo de procedimento é utilizado sempre com “condição visual”.
O piloto em comando pode se negar a executar a aproximação LAHSO, a critério próprio ou por determinação operacional da sua Empresa aérea. Se um piloto se nega a executar este tipo de aproximação, o Controlador de Tráfego Aéreo deve orientar a aeronave de outra forma, para adequar e garantir a separação com as demais aeronaves, possibilitar as aproximações seguras e estabilizadas, assim como e em decorrência, permitir também a operação de todas, nos pátios e “fingers” ou à partida de uma pista, ou de uma interseção e eventuais cruzamentos.
EXAMPLE:
ATC: "(AIRCRAFT ID) CLEARED TO LAND RUNWAY NINER, HOLD SHORT THIRTY FOR CROSSING TRAFFIC."
AIRCRAFT: "(AIRCRAFT ID), WILCO, CLEARED TO LAND RUNWAY NINER TO HOLD SHORT HOLD SHORT THIRTY FOR CROSSING TRAFFIC."
ATC: "(AIRCRAFT ID) CROSS RUNWAY NINER AT THIRTY, LANDING AIRCRAFT WILL HOLD SHORT."
AIRCRAFT: "(AIRCRAFT ID), WILCO, CROSS RUNWAY NINER AT THIRTY, LANDING TRAFFIC TO HOLD."
Claro é que, a questão de infra-estrutura aeroportuária não se isola em procedimentos desta ordem. Pistas com saídas rápidas, sistemas adequados e eficientes de taxiways, sinalização de pistas e de aeroporto, recursos de comunicação precisam fazer parte de todo o contexto LAHSO. Em aeroportos como o de MIAMI, por exemplo, a sinalização indicativa e limitante de “parada” é feita com “marcas de parada de taxi” perpendicularmente ao eixo da pista em uso.
Todas as providências devem ser informadas às tripulações das aeronaves, com a devida antecedência, pois em princípio, os Pilotos se preparam para “aproximações e pousos, em condições normais”. Quando este tipo de operação está em uso no aeroporto, o ATIS da localidade deverá informar que este tipo de procedimento para pouso está em uso e “a distancia disponível para o pouso” (landing distance available). O Pouso curto sempre exige uma preparação adequada.
Porém ainda, sem a participação dos Pilotos e da Empresa aérea, o procedimento não existe.
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